sexta-feira, 26 de novembro de 2010

novo, de novo

Foram poucas as vezes que olhei para trás e percebi tanta mudança em tão pouco tempo.

Quando era menor, lembro que todo ano quando começava as férias eu e a Jé fazíamos uma retrospectiva (lembra disso? tentávamos imitar a da Globo, só que com as nossas histórias), rendia boas risadas.

Esse ano teve tudo em excesso: aprendizado, diversão, amadurecimento, ilusão, realidade, amizade, cumplicidade e por aí vai.
Tem uma frase da Martha Medeiros que diz: 'As pessoas mais importantes foram as que ficaram.'. Fecho o ano assinando embaixo, quem é importante soube se fazer presente de um jeito ou de outro.
Carnaval teve um motivo a mais para comemorar. De um copo de cerveja no verão, evoluiu para um vinho com fundue no inverno e caipirinhas de limão, mel e maracujá na primavera, termino o ano pura recordação hilária com uma 'nova' amiga.
Chega a ser irônico, passei 2009 inteiro enlouquecendo por causa do vestibular, chego no fim de 2010 sem perspectiva de qual carreira seguir. Comecei a faculdade, adorei: amizades novas, trocar 'recreio' por 'intervalo', estudar o que interessa. Pirei na metade, 'e se não der certo?'. Larguei o jaleco e o microscópio.
Pela primeira vez não achei defeito e não inventei desculpas, quebrei a cara.
Caminho todo dia de manhã e tô até suportando comer cebola, acredita numa coisa dessas? Ainda não sei cozinhar, mas meu musse tem dado certo nas últimas vezes. Ainda tenho preguiça de fazer as unhas, continuo contando nos dedos e permaneço ouvindo as mesmas músicas no mp3.
Me mudei, mas o urso continua na janela. Já as roupas novas fui eu que paguei, a maquiagem fui eu que fiz e até parece que não levo tudo à sério demais; é, tô fingindo bem.
Meu irmão já tem caderno, minha mãe virou amiga.
Depois de muitas barbeiragens, tomei floral e pisei no acelerador.
Parei de adiar. Tô aprendendo alemão e já tá saindo o passaporte, sehr gut!
Mas por enquanto, expectativa só pelo verão. Deixa 2011 quietinho, até ele chegar.


E pra ti? 2010 foi como?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

maravilhas?

Quando pequena, antes de dormir era praxe ler "Alice no país das maravilhas"; o filme vi repetidas vezes, sonhando acordada.
Quando estreiou o novo filme da história esse ano, encarei de uma maneira diferente. A protagonista era o retrato perfeito de mim, ariana e em eterna mudança: 'Nunca sei ao certo o que vou ser de um minuto para o outro.' Enfim, me identifiquei mais ainda com as frases e dúvidas que tantas vezes já me peguei pensando.
Nessa febre de Alice, acabei comprando o livro que propõe contar a 'história por trás da história'. Achei essa definição ótima, afinal, a história mais encantadora da minha infância foi escrita por um pedófilo, inspirada em uma menina de sete anos, Alice. Pode isso?
É incrível como é possível modificar algo dependendo da maneira como nos é apresentado. Como uma história contada com traços doces e puros, pode ser criada por alguém com desejos tão repugnantes?


"Às vezes, eu acredito em seis coisas impossíveis antes do café da manhã."

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ablösung

É assustador a certeza de ter algo a perder, ter muito para deixar à deriva.
Já sentiu isso?
A sensação de que tudo que tens vale muito a pena?
E o que mais assusta é ter que admitir que isso é pouco, que ainda falta muito a conquistar.
Estou rodeada por pessoas maravilhosas, agradecida e satisfeita; mas relutante a aceitar que tende a melhorar, e pior, que isso só depende de mim... relutante, mesmo que meu fundo racional me alerte a admitir isso.
Mais assustador é concordar que sim (!!!), isso tudo ainda é tão pouco pra quem sempre ousou sonhar demais, mas faltou ousadia para realizar. Que é, de fato, a hora certa para praticar o desapego e ir. Simplesmente ir, sem olhar para trás, nesse caso, para meu lado.
Assusta olhar para um futuro cheio de dúvidas e abandonar o confortável. Pela primeira vez, arriscar. Arriscar, como se não tivesse nada aqui segurando a minha mão.


Termino no ritmo de Maria Gadú:
'O apego não quer ir embora
Diaxo, ele tem que querer'

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

é pelo teu sorriso

Acordei com aquela sensação de novo.
Aquela que tem se tornado rotina... de olhar pro lado e agradecer baixinho.

ir

Inventei um sonho, como se ele fosse meu há tanto tempo.
Como se já pertencesse à mim, assim como minha vontade de fugir. Fugir da rotina, do que é provável, do que não tem graça; fugir daqui, de mim, do conformismo.
Como se tivesse escondidinho nos meus desejos, esperando a hora certa pra aparecer.
Como em um impulso, decidi que era essa a resposta para tantas dúvidas, exigências, falhas.
Como se em um segundo percebesse que depois de esperar tanto de tantos, o que ainda falta é me completar; e isso não tem nada a ver com outras pessoas. Diz respeito única e exclusivamente a descobrir o que eu realmente quero e preciso, para então poder cobrar algo de alguém. Caso contrário, almejo atitudes e sentimentos que eu mesmo não quero e sinto.
Se não, continuarei desperdiçando pessoas completas por eu não estar pronta para abandonar a minha parte incompleta.
Meio contraditório, mas preciso sumir para me encontrar.