terça-feira, 1 de novembro de 2011

outono

Estou sentada embaixo da mesma árvore, àquela que sentei no meu primeiro final de semana aqui. Em filmes as pessoas sempre tem um lugar de fuga, um refúgio para onde vão quando querem pensar, se desligar do mundo, das pessoas, dos problemas, das faltas. Eu descobri o meu. Desde a primeira vez que estendi minha coberta embaixo dessa árvore, me senti, finalmente, em paz.
O verão estava chegando, fazia calor e as flores estavam por toda parte. Agora é outono, faz um frio agradável e tem folhas amarelas caídas ao meu lado.
A verdade é que as estações trocaram rápido demais. Com num passe de mágica, troquei minha insegurança, meu medo do novo, a minha contagem de volta para casa por certezas, segurança, conforto. A primeira vez que estive aqui, pensei tanto se iria encontrar pessoas legais, se iria me sentir bem, se conheceria os lugares que eu queria. Seis meses depois, eu percebo que tudo foi muito além. Muito mais do que encontrar pessoas, encontrei amizades. Além de apenas riscar os lugares da minha lista, eu acrescentei histórias, afetos, amigos.
E é provável que junto com a mudança de estação, tenha mudado muitos sentimentos. Assim como as folhas, muitas coisas em mim perderam a cor e caíram. Mas isso depende do ponto de vista, têm quem lamente a falta do colorido e quem aprecie a beleza do outono. Eu faço parte do segundo grupo, deixei um pouco o extremismo. Assim não está nem muito quente, nem congelando. Nem florido demais, nem sem cor.
E ao mesmo tempo que seja possível encontrar vestígios do verão, a paisagem mudou.

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